Ela chegou como uma pantera à espreita, também com um pouco de medo ou vergonha. Sentia aquela agonia de quem não conhece um lugar, mas com ânsia por desbravá-lo, e adaptar-se. Sorriu para os amigos e, pela primeira vez, sentiu tanta alegria por estar em um lugar novo. Olhou para os lados, as pessoas dançavam muito dedicadas a seus parceiros, percebeu os olhos delas tão cerrados (apertados!) quanto os corpos um no outro. Sorriu para pessoas novas (aaah! descobriu a nova mania de sorrir!), encontrou naquele lugar o seu lugar. Tinha gente lá que pensava que este mundo estava em guerra, por ver dois gêneros iguais tão próximos. Mas não!, aquilo tudo é tão êfemero. A vida é êfemera. Não sentiu vontade de ser um gênero também, mas pela primeira vez, aprendeu a respeitar em plenitude. Respeitou o amor que as pessoas sentiam, a sinceridade com que conversavam e a sutileza das declarações. A música que tocava ao fundo a transformou em deusa transcedente. Ela nunca esqueceria aquele dia, daquele lugar, daquelas pessoas, daquele sentimento. Encontrou um lugar de paz, e sobretudo de sorrisos.
2 comentários:
"Sorriu para pessoas novas (aaah! descobriu a nova mania de sorrir!)"
linda essa parte, flor :D
"Respeitou o amor que as pessoas sentiam, a sinceridade com que conversavam e a sutileza das declarações. A música que tocava ao fundo a transformou em deusa transcedente. Ela nunca esqueceria aquele dia, daquele lugar, daquelas pessoas, daquele sentimento. Encontrou um lugar de paz, e sobretudo de sorrisos."
Coisa mais linda de se ler, Flor.
Beijo.
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